Remédios Naturais Caseiros #1

Olá amigas,

Após uma breve ausência, por motivos de saúde, por via de um desarranjo intestinal (fruto de alguns excessos do fim-de-semana e misturas que não devia ter feito :( ) eis-me de volta, limpa, fresca e renovada, com novas forças para começar de novo e cheia de vontade de partilhar convosco o que aprendi com mais uma má experiência.

Com o que me aconteceu, lembrei-me de uma nova rubrica que posso colocar aqui no meu cantinho: Remédios Naturais Caseiros, ou seja, remédios ou terapias naturais que se podem fazer em casa, que na minha terra dão pelo nome de mezinhas (lê-se mézinhas). Aquelas coisas que se usavam antigamente no tempo das nossas avós para tratar pequenas maleitas, aquele conhecimento popular que passava de pais para filhos e que geralmente funcionava (mas que se não funcionasse, pelo menos não fazia mal), quase sempre feitas à base de plantas, tipo chás e infusões de ervas.

Talvez por ter passado por algumas menos boas experiências com medicamentos, por me aperceber que eles têm sempre efeitos secundários e que fazem bem a uma coisa mas acabam por fazer mal a outra, hoje em dia evito ao máximo os medicamentos (e substâncias químicas) e fujo ‘a sete pés’ dos médicos e dos hospitais, a não ser que tenha mesmo de recorrer a eles por causa de algum problema realmente grave e que não tenha mesmo hipótese de fugir ;)

Fora isso, para pequenos problemas de saúde (não graves), maleitas ou para os meus ‘achaques’ (como lhe costumo chamar), prefiro sempre procurar alternativas naturais e de preferência coisas simples que possa fazer em casa.

Por isso, cada vez mais sou adepta das mezinhas que se usavam antigamente, pequenas coisas de que me lembro que a minha falecida avó materna fazia e que a minha mãe e as minhas tias também continuaram a fazer e a usar.

Também gosto de ler e pesquisar em livros sobre remédios naturais e medicina popular (remédios caseiros dos tempos das nossas avós).

É obvio que sou cuidadosa e só experimento os ingredientes que conheço e que sei à partida que se não fizerem bem, mal também não fazem. E também só o faço em casos de pequenos problemas que não me parecem graves. E se os sintomas não passarem, então vou mesmo à farmácia ou ao médico, também não sou assim tão radical :) 

Posto isto, gostaria de partilhar convosco algumas sugestões de ‘receitas’ caseiras para a Diarreia: 

(Pois, eu sei, não é um assunto muito bonito nem agradável para se falar, mas é uma coisa que faz parte da nossa vida, é um problema que pode acontecer naturalmente a quem come demais, ou come o que não deve ou algo que lhe faz mal e o organismo rejeita, e por isso acho que devemos saber prevenir ou tratar de alguma forma. Peço desculpa se ferir algumas susceptibilidades.)

Atenção: os ‘remédios’ naturais que aqui vou referir são usados apenas para a diarreia simples e não persistente, sem outros sintomas associados como febre ou sangue nas fezes (nestes casos deve-se mesmo consultar um médico), são coisas que podem ser usadas em adultos sem outros problemas graves de saúde e nunca é demais lembrar que os bebés e as crianças devem ter cuidados especiais.

- Acima de tudo deve-se beber muita água (para não desidratar), de preferência mineral ou fervida e fria (mas não fresca);

- Beber chá de camomila ou de erva-cidreira (à temperatura ambiente);

- Evitar comer frutas, vegetais ou sumos, principalmente de citrinos, que têm exactamente o efeito contrário do que se pretende;

- Evitar o consumo de chocolate, de café, de chá-preto, de refrigerantes e de bebidas alcoólicas;

- “Se adicionar à água uma pitada de sal e outra de açúcar, balança o equilíbrio químico desregulado pelo estômago.” (fonte: Medicina Popular - Curas caseiras do tempo dos nossos avós, de Astrid Derfler);

- “A canela também pode ajudar, pelos seus poderes calmantes. Junte 2 colheres desta especiaria ao leite ou ao chá. (fonte: Medicina Popular - Curas caseiras do tempo dos nossos avós, de Astrid Derfler);

- “Alguns dos alimentos usados para prevenir ou tratar a diarreia são bananas, amoras-silvestres, leite, framboesas e tomates. Os chás feitos de camomila, raiz e casca de silva, raiz de alteia, pau de canela ou folhas de framboesa também são úteis.” (fonte: O livro dos Remédios Caseiros, de Martha White);

- “Para crianças com diarreia veja se a quantidade de líquidos ingeridos é suficiente para prevenir a desidratação. Dê à criança água ou chás de ervas (camomila, gengibre, amora-silvestre ou erva-cidreira) em vez de sumo de frutas. Alimente a criança com arroz branco ou integral, bananas, arroz-doce com canela ou iogurte com canela ou mel.” (fonte: O livro dos Remédios Caseiros, de Martha White);

- Esta é a mezinha que resulta sempre comigo, além da água e do chá:

Cozer um punhado de arroz com bastante água e uma pitada de sal (sem mais temperos nenhuns). Comer o arroz e aproveitar a água do arroz para ir bebendo ao longo do dia;

- Quando não consigo comer mais nada, gosto de fazer uma papinha de Nestum, com um pouco de leite frio;

- Também considero bastante importante:

-> Não beber os líquidos (água, chá ou leite) quentes, mas sim à temperatura ambiente ou frios;

-> Durante 1 dia deve-se beber os líquidos acima referidos e comer apenas o arroz, descansar e dormir bastante, para deixar o organismo retomar o seu equilíbrio naturalmente e sem grandes esforços;

-> Fazer actividades que nos dão prazer, que ajudem a diminuir o stress e que nos acalmem psicologicamente (mas que não exijam um grande esforço físico), como por exemplo ler, fazer crochet, tricot ou ouvir música, isto porque o nosso sistema digestivo está sempre ligado ao sistema nervoso (aliás, como não podia deixar de ser) e, pelo menos comigo acontece-me, se a cabeça não está bem, a primeira parte do corpo a sofrer é logo o estômago ou os intestinos;

 

-> Se for um distúrbio ligeiro, apenas causado por excessos alimentares cometidos e sem outros sintomas associados, normalmente fica curado num dia (é apenas um dia de jejum, não custa assim tanto) e depois aos poucos vai-se retomando a rotina diária, tendo sempre o cuidado de ir aumentando gradualmente as quantidades de comida, consumindo tudo com moderação e evitando o açúcar, as gorduras, o chocolate, o café, o chá-preto, refrigerantes e bebidas alcoólicas (pelo menos logo nos primeiros dias seguintes ao desarranjo).

E pronto, se tiverem outras ideias ou sugestões para este tipo de problema, que tenham experimentado e que tenha funcionado convosco, podem partilhar aqui ou deixar o link para alguma publicação interessante que conheçam sobre a matéria em causa. Fico desde já agradecida, pois além de partilhar o pouco que sei, também gosto de aprender algo novo.

Espero que esta informação vos seja útil de alguma forma, ou talvez seria melhor dizer que espero que não venham a precisar dela… ;)

Beijinhos e boa saúde :*

NOTA:

Deixo a ressalva de que não sou médica, nem enfermeira, apenas uma pessoa interessada em assuntos de saúde e bem-estar e com alguma experiência de problemas ao nível do aparelho digestivo. Todas as dicas e sugestões que aqui coloquei são coisas que já experimentei e que resultaram comigo ou que li em algum livro e que me pareceram interessantes, exequíveis e sem prejuízo para a minha saúde.

Mas saliento sempre que cada caso é um caso e nem sempre o que resulta para uma pessoa pode resultar para outra, pois apesar de sermos todos seres fisicamente parecidos, somos seres complexos e diferentes uns dos outros. Eu costumo dizer que cada pessoa é um mundo e deve ser ela própria a primeira a conhecer-se bem e a ser responsável pelos seu actos e pela sua saúde.

Portanto, a responsabilidade do uso de qualquer uma das sugestões acima referidas é do(a) leitor(a) e em caso de dúvidas ou persistência dos sintomas deverá sempre consultar um médico ou farmacêutico e nunca fazer auto-medicação, principalmente em crianças ou bebés.

Não, não são os ingredientes para uma receita 'normal' :)

Esta foi a minha principal ‘dieta’ destes dois dias de repouso :)
Água mineral, Chá de erva-cidreira (não estava assim tão escuro como parece na imagem) e Água de arroz.